Senhor do meu tempo

Sergio Mamberti chega aos 82 anos de idade lançando “O Senhor do Meu Tempo”, a biografia que deveria ter sido lançada para comemorar seus 80 anos, mas atrasou 2 e chega agora, num livro de perto de 400 páginas.

Sergio Mamberti é homem de múltiplas atividades e enorme talento. Dono dos palcos, dos cenários das televisões, das telas dos cinemas, atuou em dezenas de peças, novelas e filmes, indo da tragédia à comédia com a mesma tranquilidade com que joga conversa fora, batendo papo com os amigos.

Engajado, sempre lutou pela classe e nessa luta passou por momentos dramáticos, outros nem tanto e alguns verdadeiramente cômicos, numa trajetória variada e rica, onde ocupou cargos públicos importantes, fazendo da melhor maneira e dando o máximo de si, invariavelmente sem esperar qualquer recompensa, além da certeza de ter feito o que deveria fazer.

Sergio Mamberti, o Serginho, é meu amigo de cinquenta anos. O marco inicial de nossa longa amizade foi um réveillon em Parati, uma aventura mágica, que começou na viagem pela serra de Cunha, no meu Opala com correntes nas rodas, prosseguiu no sítio recém comprado e não reformado da mãe de nossa amiga comum, Adriana, e teve seu momento de quase terror na velha sede de uma fazenda com mais de duzentos anos, onde as coisas ameaçaram entortar, antes de conseguirmos sair.

Entre os papeis marcantes de Sergio Mamberti no teatro, o que mais me comoveu foi o de pai de Regina Duarte, numa peça levada ao Teatro Anchieta, na década de 1970. Até hoje tenho enorme ternura pela figura do senhor aposentado escrevendo sua biografia, mas que não passava da dedicatória que se estendia por uma lista interminável de nomes.

Serginho, você é especial e seu livro mostra isso. Que venham mais 82 anos de brilho para iluminar a pessoa maravilhosa que você é.

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