Capela da Beneficência Portuguesa

As capelas dos hospitais são sempre comoventes. Nelas a esperança e o sofrimento dividem igualmente o tempo e o espaço, dia após dia, ao longo dos anos.

Se há dois sentimentos que balizam a vida humana, o primeiro é a esperança, a vontade – a quase certeza – de que aconteça alguma coisa boa que mude tudo, ou deixe a vida melhor ainda. E o segundo é o sofrimento.

Sofrimento que marca a carne e o espírito e que nas capelas dos hospitais corre solto, em lágrimas choradas baixinho, como se o silêncio tivesse o dom mágico de espantar a dor e a doença.

São sentimentos que se confundem, se misturam e se sucedem. A dor e a esperança, o sofrimento e a fé, debaixo do teto sempre singelo da capela de hospital.

São Paulo tem vários hospitais, cada um com sua capela, cada uma com seu traço típico, com sua marca registrada, muito mais à mostra para quem vê de fora, sem entrar nela para pedir ou rezar.

Todas, sem exceção têm histórias de milagres, de pedidos atendidos, de dor atenuada, de sofrimento mitigado, de doença curada.

Entre elas, uma das mais quentes é a capela da Beneficência Portuguesa, a cavaleiro da 23 de maio, no complexo imponente que a comunidade portuguesa, sob a batuta de Antonio Ermírio de Moraes, ergueu e ampliou, para auxiliar quem precisa de auxílio.

Pelo tamanho do hospital, pela sua tradição na cidade, é das capelas que mais acolheu gente para minorar suas aflições.

No entanto, conhecendo a capela, eu não sei quem é seu santo padroeiro. Só sei que é um santo bom, como as pessoas que a ergueram.

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