Arquitetura urbana
São Paulo é um festival de estilos arquitetônicos. Começando pela catedral, surpreendentemente gótica e com cúpula, passando pelo Palácio do Governo, desenhado pelo arquiteto de Mussolini, a cidade tem de tudo, com todas as tendências.
O Art Nouveau se destaca nos casarões do conde Penteado e de D. Veridiana Prado. A casa das Rosas é uma das últimas lembranças do estilo de Ramos de Azevedo, na construção de residências. O convento da Luz é o colonial paulista na época do ouro. A casa do Bandeirante o colonial rural, porque é muito mais uma casa de fazenda do que uma casa setecentista da cidade de São Paulo.
A igreja de S. Miguel Paulista é uma joia de 1660 se contrapondo à mediocridade que é o seu arredor.
E os prédios que fazem o condensado cinza onde milhões de pessoas vivem dentro normalmente não tem estilo nenhum, variando desde concepções metafísicas do estilo renascentista italiano, seguindo para os blocos quadrados sem nenhuma poesia, até achegar em pseudos-castelos europeus, que lembram muito mais a caixa forte do Tio Patinhas.
Em todos os lugares a criatividade faz a diferença e a sem cerimônia com que se misturam materiais e estilos faz da cidade uma obra prima única, diferente de tudo que existe no mundo, pela mistura indiscriminada entre o rico e o pobre, e o bom e o mau gosto.
A tranquilidade com que unem pastilhas com mármores e pedras mineiras, tudo iluminado por luzes negras, que saem de colunas gregas sustentando varandas portuguesas é impressionante.
Mas, no meio do caos sobressaem preciosidades deslumbrantes. Imóveis que valem a pena e que são bonitos em qualquer lugar do mundo.
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