Registros escritos por Antonio Penteado Mendonça
Eu acho, tu achas, ela acha
Eu acho, tu achas, ela acha, mas como dizia o velho samba, quem acha vive se perdendo. Este é o nó do mundo, tem muita gente achando, não tem como dar certo. Ninguém mais verifica nada, recebe a mensagem e toca em frente, tanto faz o tamanho do disparate escrito…
Recebi uma carta
Recebi uma carta com votos de feliz ano novo. Pouca coisa está mais fora de moda do que escrever cartas. Quem sabe um aparelho de fax, ou uma bina. Recebi uma carta e é muito bom receber cartas. Quando morei na Alemanha, lá se vão 40 e tantos anos, eu…
Rogai por nós, amém
São Cosme e Damião, rogai por nós na hora do nosso assalto, amém. Eu sei que não é sua especialidade, mas nesses tempos em que bandido bom é bandido solto e cidadão bom é cidadão com medo, todos os santos e divindades servem, sejam de que religião forem incluídos Abraxas,…
Crise hídrica
São Paulo vive uma crise hídrica de grandes proporções. O sistema de represas que abastece a Região Metropolitana está com pouco mais de 20% de sua capacidade. É muito mais do que tínhamos em 2014, quando o sistema operava com menos 20%, mas é muito menos do que no ano…
Feminicídio
É um absurdo em pleno século 21 o feminicídio bater todos os recordes da série histórica. Mas é a realidade paulista. Nunca na nossa história tantas mulheres foram assassinadas como ao longo de 2025. Não tem cabimento um homem matar uma mulher porque ela é mulher, ainda mais alguém que,…
O veneno amigo
[Crônica de 15 de março de 1998] No imenso rol dos venenos que matam e causam sofrimento, um número muito maior do que a gente pensa serve também para salvar vidas. Começando pelo veneno das cobras, que é utilizado na fabricação do soro antiofídico, que salva milhares de pessoas picadas…
Corrigindo uma falha
[Crônica de 11 de maio de 1998] Faz tempo que eu queria fazer esta crônica. Afinal de contas, se volta e meia eu coloco no ar minhas impressões – as mais amadoras possíveis – a respeito de forno e fogão e de onde me parece que eles são bem manuseados,…
A velha e o mar
Lucia Cortez Mendonça pode ser identificada de várias formas. Irmã de Raul Cortez; tia da Ana, mulher do João Mesquita; viúva do meu primo Joaquim Mendonça; minha amiga; mas para a crônica o que vale mesmo é que ela é uma grande poeta. Eu sei que tem gente que vai…
Simeão Bomfim Médico e Operador
[Crônica de 22 de junho de 2009] A placa singela, de ferro esmaltado, pintada de branco com as letras em azul está encostada nos livros da estante da casa do poeta Paulo Bomfim. Memória de outro tempo, quando São Paulo era uma cidade menos alucinada, é simples, pequena, delicada e…
A solidariedade está aí
Eu gosto de livros, gosto de ler, gosto de sentir a consistência do papel, o peso, e quando eu tinha olfato, o cheiro do livro. Livro tem cheiro, mas desde a Covid19 eu perdi o olfato, então um dos meus prazeres está anulado. Não sinto mais o cheiro especial de…