Atos heróicos caem no vazio
Ser herói é que nem a mulher de Cesa. Não basta ser herói, tem que parecer herói. E é aí que o presidente Michel Temer falhou no restinho de tempo que sobrava para seu governo.
O presidente Temer poderia entrar para o panteão dos grandes presidentes, mas algumas atitudes acabaram comprometendo o final da história. E a sua biografia.
Bem no final, posou de herói assinando a extradição do terrorista Battisti, aquele que Lula protegeu, que Dilma agradou e que o Presidente Temer durante dois anos poderia ter extraditado, mas não extraditou.
A história não para e o Brasil, cheio dos desmandos que pautaram a vida da nação, inclusive vergonhas como o asilo para o terrorista, votou em Bolsonaro para Presidente.
Bolsonaro disse que um de seus primeiros atos seria extraditar o terrorista. Foi o que bastou para o Supremo Tribunal Federal, numa ação pouco republicana e oportunista, desfazer o que tinha feito e liberar a extradição e determinar a prisão do senhor Battisti.
Na sequência, heroicamente, quase que montado num cavalo branco, o Presidente Temer assinou a extradição. Esperteza para ficar bem na foto. “Eu fui o presidente que extraditou o terrorista”.
Por que não fez isso durante os dois longos anos em que foi presidente? De outro lado, por que editou a Medida Provisória que aumenta em 30% o custo do financiamento das Santas Casas e hospitais filantrópicos?
O risco invocado como razão para o aumento da conta não existe. O agente financeiro saca na boca do caixa, antes dos hospitais serem pagos.
Ser herói é agir em favor dos oprimidos, não é jogar para a plateia. O presidente ainda teve tempo para retirar a MP, mas não retirou. No Brasil, o bom é dar dinheiro barato para os amigos. O povo? Ora, o povo…
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