O mundo está doente
Na época em que meninos brincavam de mocinho e bandido, com revólveres de espoleta, não aconteciam barbaridades como a tragédia da escola de Suzano. Agora não pode mais vender revólver de espoleta e dez pessoas morrem num ataque semelhante a dezenas de outros ao redor do mundo, provocado pela doença que ataca a sociedade e se materializa em ataques como este e no número absurdo de suicídios de jovens.
Colocar a culpa na internet é tão estúpido como afirmar que a tragédia aconteceu porque Bolsonaro é a favor da liberação da venda de armas.
A internet é uma ferramenta de comunicação e de falta de diálogo entre pessoas que pensam diferente. Ela serve de canal para postarem toda sorte de assuntos, de pesquisas científicas a tolices sem tamanho, como boa parte das ditas informações confiáveis e posições políticas.
O ataque à escola de Suzano impressiona pelo material utilizado pelos agressores: revólver, arco e flecha, besta e machadinha.
Um aluno deu entrada no hospital com uma machadinha cravada no ombro. Ele teve sorte, sobreviveu. Outros levaram tiros e morreram na hora.
A doença não é brasileira. Está disseminada pelo mundo e aparece com incrível regularidade, especialmente nos Estados Unidos, mas também na Europa, Japão e outros países que descobrem da maneira mais dura que a boçalidade é parte do cotidiano.
Mas mais impressionante do que o ataque foi sua repercussão nas redes sociais. Vários sites apoiaram e homenagearam os dois ex-alunos que invadiram a escola para deliberadamente e de maneira fria matar o maior número possível de pessoas.
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Quem apoia uma barbaridade como essa é tão ou mais doente do que os assassinos. E quem usa a tragédia para fazer política e demagogia barata, como também aconteceu, é um canalha.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
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