Não precisa de inimigo
Do jeito que vai, este governo não precisa de inimigo para dar com os burros n’água. Eles mesmos batem cabeça e se destroem, como se fosse assim que se faz política.
Poucas vezes na história do país tivemos tão pouca oposição como temos hoje. O PT não está morto, mas está acuado e os demais partidos de oposição não sabem se são oposição ou não.
O resultado é que a imprensa não repercute a fala de um líder oposicionista faz muito tempo e, no entanto, a reforma da previdência está ameaçada, o pacote anticrime está parado e o Brasil finge que vai, sem ir, patinando no mesmo lugar, enquanto as redes sociais explodem com notícias falsas que se tornam verdades absolutas porque boa parte das pessoas não se dá ao incômodo de pensar se aquilo pode ser verdade.
Não é caso de estar certo ou estar errado. É caso do futuro do Brasil ir para o brejo. Acabar numa crise séria ou adiar o sonho de milhões de pessoas que votaram no Presidente, mas não votaram nos seus filhos e que, se soubessem que eles viriam no pacote, provavelmente escolheriam outro candidato.
Os filhos do Presidente não são o Presidente, nem têm procuração da nação para fazer seja lá o que for em nome do governo. Se um é senador, outro deputado e o terceiro vereador, que se atenham aos seus cargos e trabalhem bem. Se fizerem isso já terão feito muito.
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É preciso ter claro que mais da metade dos votos no Presidente não foram pelas propostas do Presidente, mas para tirar o PT do governo. E que, depois de eleito, o Presidente é Presidente de todos os brasileiros, incluídos os de oposição.
Se o governo pretende ser um bom governo é hora de descer do palanque, parar o bate cabeça e começar a governar.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
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