No fim é tudo política
Outro dia, ouvi o ex-senador Romero Jucá dizer que, quer queiram, quer não queiram, no fundo é tudo política. Se a política for boa o país irá bem, se a política for ruim o país irá mal.
Claro, óbvio, lógico. Não tem o que acrescentar, nem retirar. O velho líder do MDB foi cirúrgico e quem não levar suas palavras a sério vai quebrar a cara.
As sociedades avançam ou retrocedem em função das políticas adotadas. Se a política levar em conta as necessidades, forças e fraquezas da nação, tem tudo para dar certo. Se levar em conta apenas os interesses dos homens que estão no comando, com certeza dará errado.
Winston Churchill, quem sabe o maior político do século 20, dizia que política não é moral, nem imoral – política é amoral.
O político tem um único objetivo: ganhar as eleições e se manter no poder. Sobre isso, o já quase esquecido Ulisses Guimarães ensinava que, numa eleição, a única coisa feia é perder. Portanto, vale tudo para ganhar e, como a política é amoral, vale a adoção de medidas imorais, se elas levarem à vitória.
O Brasil é para profissionais. Não adianta amadores bem-intencionados imaginarem que vão dar conta do recado. Não dão. Os caminhos, quebradas e túneis da política nacional e a complexidade da nação exigem gente com conhecimento, maturidade, jogo de cintura, malandragem e capacidade de não se chocar com quase nada.
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É aí que mora o perigo. A turma que está no comando parece não ter as habilidades necessárias para dar conta do recado. Falta capacidade de negociação, saber ceder na hora certa, cobrar o que tem que ser cobrado, enfim, falta capacidade de fazer política boa. O duro é que, como disse Romero Jucá, se a política for ruim, o país irá mal.
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