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Depois é tarde

A hora de agir é a hora de agir. Antes é cedo e depois é tarde. As duas opções podem ser catastróficas. Se o cedo pode permitir a descoberta do plano antes da hora, o tarde é um desastre maior ainda, porque, depois que o estrago está feito, não tem mais remédio.

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A hora é a hora. Napoleão perdeu Waterloo porque um general se atrasou. Se ele tivesse chegado na hora, a história poderia ter um final diferente e o mundo teria outra cara.

Mas se cedo é cedo e tarde é tarde, na história também não tem se. O se é uma hipótese que poderia acontecer e que, em história, só é utilizada quando alguém tenta imaginar um resultado diferente do que o que aconteceu.

Se alguém diz “poderia ter sido assim, se não tivesse acontecido isso…”, é porque não foi assim, tanto faz o porquê.

Como o se não aconteceu, antes continua sendo temerário e depois perdulário. A hora é a hora e isso vale em todas as situações, especialmente em negociações complexas ou confusas, onde a habilidade é mais importante do que a força.

O planejamento estratégico prevê que todas as hipóteses sejam avaliadas antes e que as alternativas sejam estudadas e planos de contingência feitos para o caso da realidade escapar do desenho previsto.

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Se isso acontecer, pode acontecer também do cenário tornar-se mais rápido, mais complexo ou indefinido, obrigando a adoção de medidas corretivas, defensivas ou alternativas, para recolocar os fatos no cenário original, ou criar outro cenário, onde a estratégia alternativa tenha sucesso.

Dizia um grande escritor de mistério que o jogo do gênio é o jogo de damas. Nele, o cenário muda rapidamente e as respostas precisam acompanhar as mudanças. Isso exige criatividade e rapidez de raciocínio.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.