É preciso atenção com as valetas
O grande problema das ruas são os buracos. Quem destrói os carros são os buracos. Das grandes crateras que surgem de repente e engolem até um ônibus aos pequenos problemas nas calçadas, como uma pedra levantada pela raiz de uma árvore, os buracos têm lugar de destaque na conversa, na saúde e no bolso dos paulistanos.
Existem buracos de todos os tipos, formatos, origens e capacidades de causar danos. Estão espalhados pela cidade e, como vão ficando, são conhecidos dos motoristas que trafegam regularmente pelo pedaço.
O drama é que muitos motoristas que não passam sempre por uma determinada região dirigem empolgados e, quando menos esperam, caem num buraco devorador de rodas ou outro que corta os pneus.
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Os piores são os buracos em que o carro cai seco. A queda é destruidora. Vai suspensão, roda e pneu numa única pancada. E eles são ardilosos, se instalam como se não estivessem lá. Camuflam as bordas para dar a sensação de que o asfalto segue liso como uma rua da Europa.
Os buracos são tão comuns que o resultado é os motoristas se esquecerem das valetas. Isso mesmo! Das valetas. Feitas em princípio para servir de escoamento para as águas das chuvas, mas que, na prática, na rotina do cotidiano, se transformam em armadilhas capazes de machucar os automóveis, que nem os buracos.
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Como os buracos, as valetas não são iguais, cada uma é cada uma. Algumas são fáceis de atravessar. É um tranquinho e acabou. Mas outras são profundas e cruéis, construídas em ângulos impossíveis de serem cruzados sem bater. Os carros entram e deixam o parachoque, o cárter, o escapamento e o mais que a valeta conseguir pegar.
O duro é que elas se espalham pela cidade e, como os carros estão cada vez mais baixos, o resultado é o prejuízo cada vez mais caro.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.