As diferenças da China
A China foi uma surpresa impressionante. Eu sabia que veria algo fora do nosso contexto, mas nunca imaginei que a diferença seria da dimensão que é.
Quando comecei a trabalhar no começo dos anos 1970, o Brasil estava pelo menos 10 anos à frente da China. Éramos o “país do futuro” chegando lá, com um projeto de industrialização em andamento, com taxas de crescimento acima de 7% e um PIB bem maior do que o PIB chinês.
Em 2019, a China está várias vezes na nossa frente, em todos os campos que queiram analisar.
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E nós regredimos em relação aos anos 1970, os anos do “milagre brasileiro”. Hoje, estamos em patamares comparáveis a 1908, ou até menos do que isso, porque naquela época vivíamos um começo de industrialização, ao passo que atualmente nos limitamos a exportar produtos agrícolas em natura e minérios sem qualquer beneficiamento.
É triste, mas a verdade surge na diferença brutal entre as realidades chinesa e brasileira.
A China não tem buraco ou remendos mail feitos nas ruas, nem nas estradas. O asfalto parece um tapete novo esticado, sem uma dobra que provoque um pequeno sacolejo do carro, inclusive quando tem um remendo em cima.
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Os remendos são bem feitos, a iluminação das ruas funciona e não tem um pedaço de papel jogado no chão.
Comparar o trem bala e as estações ferroviárias seria muito vergonhoso para nós. Vamos ficar no mais simples, no mais singelo, na zeladoria das cidades.
Lá esse tema é levado a sério. E o resultado é a surpresa das cidades limpas, com ruas sem buracos e calçadas que não agridem o pedestre.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.