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Saudades não é voltar no tempo

Tem quem tenha saudades do passado. São pessoas que acham que antes era melhor, até quando o antes foi bem antes delas terem nascido, fora da realidade de quem gostaria que aqueles dias voltassem pra que a felicidade fosse de novo algo próxima e real, como acontece nos sonhos.

Cada tempo tem suas particularidades. Os anos 1950, no Brasil, geraram a Bossa Nova e um momento mágico, chamado de anos dourados, mas do outro lado, o Rio de Janeiro, onde a vida cultural e social acontecia, não tinha luz, nem água, ou melhor, os dois serviços eram extremamente precários, ao ponto de serem motivo para letra de samba.

Se antes a vida era mais bonita, nos smokings e vestidos longos, nas músicas românticas para dançar juntos, nas festas e nos filmes, o mundo real tinha fome, doenças e miséria.

Tinha guerras como a da Coréia, ou 1956, no Oriente Médio. E o Vietnam, com os franceses passando a batata quente para os americanos.

Tinha a ameaça nuclear, a guerra fria e não tinha celular, nem computador, nem tudo que faz a vida mais fácil, começando pela Internet.

Depois, quanta coisa feia foi feita ao redor do mundo. Será que o mundo era mesmo melhor?

Com certeza o futebol brasileiro era o melhor do mundo. Também vivíamos o milagre brasileiro, mas, a contrapartida eram os tigrões e os terroristas que queriam derrubar os militares para implantar outra ditadura, ao que se sabe, mais cruel e sangrenta, como se viu onde ela prosperou, em todos os cantos do planeta.

É por isso que bom, mas bom mesmo é viver bem o dia de hoje. Fazer bem feito o que tem que ser feito, dormir com a consciência tranquila e na manhã seguinte acordar, agradecer e tocar em frente porque é pra frente que se anda.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.