Nem sempre o que parece é
Nem sempre o que parece é. Mas, num assunto tão delicado como a preservação da floresta amazônica, não adianta ser, precisa parecer.
O Brasil está do outro lado da posição do mundo. Nós somos os vilões, ainda que a floresta amazônica, agora, não esteja ameaçada de extinção por causa dos focos de incêndio ou pela destruição dos fazendeiros.
Quem sobrevoa a região fica abismado com o tamanho da floresta, que, na visão europeia, é um Hyde Park, ou o Bois de Boulogne, crescido, e não a selva fechada e impenetrável que ela efetivamente é.
Houve um aumento da destruição acima do normal? Sim. Por quê?
Com certeza a resposta não é demitir o diretor do INPE. Isso é tão ineficiente quanto matar o mensageiro ou mandar tirar o sofá da sala. Também não é acusar as ONG’s de colocarem fogo na mata. Nem dizer que pode ter sido os índios.
O que precisa ser analisado para se tomar as medidas necessárias é por que aumentou o desmatamento. Quem foi, quem não foi é outro problema. Da mesma forma que comprar novos equipamentos de monitoramento mais precisos.
O que tem que ser apurado é o que aconteceu e como aconteceu. Todo o resto vem depois.
Não adianta discutir com o mundo, nós não vamos ganhar nada, ainda se tecnicamente estivéssemos certos, o que parece não ser o caso.
Em questões em que o emocional entra na frente, qualquer tentativa de razoabilidade é inútil. Neste momento, o mundo vive uma quadra de emotividade. Então, não adianta perder tempo discutindo. O que vale são ações que acalmem a maioria. Se o Brasil não caminhar nesta direção, o agronegócio vai pagar a conta. O Presidente deveria saber que, contra ideias fixas, radicalismo e fanatismo, não há argumento lógico que se mantenha.