O por do sol da Praça Por do Sol
Eu conheço a Praça do Por do Sol desde quando ela era um barranco na beira da Estrada da Boiada e meu pai escolhia sair por ali para pegar a Rodovia Anhanguera, no rumo da fazenda.
Com o tempo, a Estrada da Boiada se transformou na Rua Diógenes Ribeiro de Lima e o barranco, na Praça do Por do Sol. O Alto de Pinheiros foi ocupado e ocupado, com as casas surgindo mais ou menos rapidamente, até se transformar num bairro que já foi mais do que simpático e hoje come o pão que o diabo amassou, atacado por enchentes e bandidos que apavoram a região, desvalorizam os imóveis e fazem dezenas de casas vazias olharem em volta, pedindo para serem alugadas.
Entre 1986 e 1992, eu morei a 200 metros da Praça do Por do Sol. Ela era o destino de quase todos os passeios com minhas filhas pequenas. Descíamos a encosta íngreme até a Rua Diógenes Ribeiro de Lima para catar as favas caídas das árvores e, depois, eu me sentava na grama e ficava olhando a paisagem.
A qualquer hora do dia a Praça do Por do Sol tinha uma vista deslumbrante. Os horizontes largos se estendiam para todos os lados, seguindo o vale do Rio Pinheiros. E o por do sol na praça, de tão bonito que era, fez a sua fama e foi o responsável pelo seu nome.
Eu ainda passo pela Praça do Por do Sol quase todos os dias de manhã. É o caminho da roça, entre minha casa e o escritório. Apesar dos horizontes não serem mais tão amplos, a vista é linda e impressiona, atualmente, pela velocidade do crescimento da cidade.
Fazia tempo que eu não passava pela praça no final da tarde. Outro dia passei. O sol se punha atrás da USP, tingindo o céu de laranja e vermelho. Coisa de cenário de ficção científica. Digam o que disserem contra ela, a poluição serve para deixar o por do sol mais bonito ainda.