A felicidade é discreta e singela
O escritor britânico Sumerset Maugham, um dos grandes nomes da literatura do século 20, escreveu que “gente feliz não tem história e é certo que um amor feliz também não a tem”.
Pare e pense. Se você conhece gente feliz, com certeza é alguém que não tem história, não tem turbilhões para um lado ou para o outro, não sabe da violência dos vendavais que sacodem a alma ou a dor que machuca o coração.
Não, ele segue em frente tranquilamente, calmo, com a certeza de quem sabe que o mundo é vasto e não tem certezas, que tudo é aberto ao espanto e que o espanto é normal dentro da vida.
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Cada passo é um passo que tem que ser dado, mas é dado sem alarde, sem chamar atenção, em sintonia com o ser amado que, essencialmente, é quem mais importa.
Gente feliz não perde tempo perguntando por que as coisas são ou não são. Vivem a vida de forma completa, aceitam os imprevistos como colinas que devem ser transpostas ou corredeiras que dificultam o caminho.
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Eles vão em frente, singelamente, sem tocar trombetas, nem disparar canhões. Não precisam disso, não precisam perguntar “sabe com quem está falando?”, nem gritar a sua importância na ordem geral das coisas sem importância.
Não há romance com gente feliz no papel principal. Nem há texto que explique o amor que dá certo. O amor que dá certo não tem drama, não tem as incertezas, nem as perguntas, nem os medos que dão o tom para as grandes obras de arte.
A felicidade é uma árvore que floresce e dá frutos sem chamar atenção, sem competir com os ipês ou com as azaleias. A felicidade é um estado de espírito pleno. Cabe a cada um de nós construir a sua felicidade.
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