Pastel de queijo é muito bom
Quando eu morei na Alemanha, escrevi para um amigo no Brasil pedindo que ele me enviasse material sobre os fabricantes de máquinas de pastel. Tinha certeza que seria um sucesso e que dava para espalhar carrinhos de pastel por metade de Berlim Ocidental.
Naquela época a Alemanha ainda não tinha descoberto a pizza. O forte eram carrinhos de salsichas, diga-se de passagem, deliciosas, mas que eles não conseguiam colocar apropriadamente dentro do pão, mesmo depois de intenso contato com os norte-americanos.
Meu amigo não me levou a sério, o momento passou, a Alemanha foi invadida por pizzarias de todos os jeitos, que vendem pizzas de todos os tamanhos. Eu voltei para o Brasil; o muro caiu e o mundo seguiu seu rumo.
Nunca mais tive interesse em me aprofundar na fabricação de pastéis. Tanto faz se tem mistérios, segredos trancados a sete chaves e o mais envolvido, nunca mais tive atração pelo tema.
O que não quer dizer que eu tenha aberto mão de comer pastéis. Não abri e é algo que, provavelmente não farei nunca. Pastel é a sétima maravilha do mundo transformada em comida.
Pouca coisa é melhor do que um bom pastel de queijo, o rei dos pastéis. Os outros são bons, eu sei, mas nenhum é tão bom quanto o velho e bem feito pastel de queijo.
Um pastel de queijo no momento certo pode ser a garantia da manutenção da paz entre os homens de boa vontade. Faz milagres. Ninguém consegue brigar depois de comer pastel e beber cerveja.
Se a concórdia necessita alguma ajuda, ela está na poesia de um pastel comido na hora certa. Depois de um bom pastel, ninguém consegue ter raiva do próximo, até quando o próximo está próximo.