Sem horário de verão
Eu nunca me importei com o horário de verão. Me parecia uma invenção interessante porque prolongava o fim de tarde, mas não era tão bom assim para quem acordava cedo. Então, entre secos e molhados, o horário de verão me era indiferente.
Reclamava da escuridão às seis horas da manhã e achava bom ser dia claro às sete horas da noite.
A primeira parte, confesso que me incomodava mais quando eu levantava cedo para ir para minha ginástica. A segunda, eu curtia porque chegava em casa com dia ainda claro e, se não fosse para casa, o encontro com os amigos se estendia por mais tempo, com o céu fechando o por do sol quando estávamos praticamente de saída.
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Este ano não tem horário de verão e sou obrigado a dizer que estou achando muito melhor. O dia estar claro às seis horas da manhã é muito melhor do que estar claro às sete da noite. Além disso, não escurece tão cedo assim. Então, de forma pragmática, a manhã ganha do entardecer, que não fica muito prejudicado pela noite chegar mais cedo.
Sair da cama no escuro tem algo de deprimente, ou depressivo, tanto faz, apesar de não ser a mesma coisa.
Parece cedo demais, dá a sensação de noite mal dormida, de insônia se impondo como uma nova rotina.
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Acordar com o sol no céu é outra coisa. Temos certeza de que a noite foi boa, bem dormida, e que o dia tem tudo para entrar no ritmo da luz que se espalha pela cidade, descobrindo seus encantos e a beleza dos dias de verão.
Com certeza terá gente discordando de mim. Maravilha! O bom da democracia é exatamente isso. Cada um pensa o que quiser e os outros deveriam respeitar. Quem sabe o verão traga a boa prática de volta.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.