Velocidade é a alma do negócio
Se o coronavírus tem uma característica que o distingue e fortalece é, sem dúvida, a velocidade. Velocidade ampla, geral e irrestrita.
A forma como ele apareceu na China, cresceu e em poucos meses saiu de lá e se instalou na imensa maioria dos países não deixa qualquer dúvida: o vírus é rápido, decidido e sabe o que faz.
Em poucos meses estava instalado nas principais regiões do planeta, com presença marcante nas nações ricas e populosas, para depois descer para as menos ricas e as menos populosas.
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Mas, se ele se espalha rápido, também cresce rápido e causa estragos incomensuráveis em pouquíssimo tempo, como se viu na Itália, Espanha, França, Estados Unidos e, na América do Sul, no Equador e depois no Peru, apesar desse país ter tomado as medidas corretas para tentar segurar a pandemia logo no começo. Não segurou, como o Brasil também não segurou.
O país ficou de olho em São Paulo e no Rio de Janeiro e, quando prestaram atenção, o Amazonas era a bola da vez, com o sistema de saúde atacado em todas as frentes e completamente incapaz de dar conta do recado, enquanto o país pagava o preço da demora em agir.
E o vírus chegou no Ceará e em Pernambuco, usando o número crescente de pessoas infectadas em São Paulo como escudo para desviar a atenção de sua marcha.
Mas não é só vencendo distâncias que o coronavírus é rápido. O contágio acontece num piscar de olhos, o mais das vezes porque quem passa o vírus não sabe que está infectado e é um transmissor potencial.
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E a Covid19 evolui na mesma rapidez da propagação do vírus. Entre desconfiar que se está doente e ser entubado na UTI são poucas horas.
O coronavírus é rápido e não perdoa. Quando pega, derruba.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.