Ruas de uma cidade antiga
Para padrões sul-americanos São Paulo é uma cidade antiga. Com a ocupação do planalto de Piratininga iniciada na primeira metade do século 16, em 1532 Martim Afonso de Souza instala a Câmara da Vila de Piratininga, dando início ao processo de urbanização que acabaria desaguando na maior cidade do hemisfério sul.
Antiga vila, cercada de índios por todos os lados, São Paulo foi a consequência da soma dos esforços de aventureiros, padres e índios, no sentido de se estabelecerem na boca do sertão, cada um com seu interesse, mas todos criando as condições para agregar mais 4 milhões e meio de quilômetros quadrados às terras portuguesas da América do Sul.
Durante os primeiros 300 anos a vila se manteve, gerando força bruta e mão de obra para a conquista da terra e para o descobrimento do ouro. Por conta disso permaneceu pequena, encolhida em seu planalto, cercada de montanhas e cruzada por rios que chamavam para o interior.
Depois floresceu. Fruto mais rico dos cafezais, São Paulo se abriu para o mundo, atraindo centenas de milhares de imigrantes para reforçarem o sangue original, fortalecendo a raça e gerando novas riquezas.
Ao longo do tempo as ruas foram sendo abertas. Primeiro só na região do “Triângulo”, formada pelo Pátio do Colégio, Largo de São Bento e Largo de São Francisco.
Depois se expandiram nos caminhos em direção aos arraiais em volta. E destas estradas saíram novas ruas, e novos bairros.
O centro velho ainda está lá, com suas linhas restas e seus horizontes curtos, narrando a história de um começo pobre, nas ruas estreitas, até hoje com pedras por debaixo do asfalto.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.