O frio também cobra sua quota
A pandemia corre solta e mascara, ou esconde, as outras mazelas que matam e maltratam a população brasileira. Com a enorme ajuda da demagogia de políticos mais interessados no brilho do próprio umbigo do que na saúde do povo, ele se infiltra em todos os lugares, penetra em todas as portas, varre as comunidades ricas, estraçalha as comunidades carentes e segue em frente, rumo ao interior, que achava que estava a salvo e que a quarentena era feriado nacional, carnaval fora de época, tempo certo para mais um pancadão na próxima madrugada.
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Agora estão descobrindo que não é assim. A covid19 está matando sem pedir licença e não tem mais hospital para as pessoas pedirem socorro.
Não foi por falta de aviso, nem porque São Paulo não tentou aumentar os números do isolamento social na quarentena. Não quiseram, agora é isso. O vírus se espalhou e a população do estado presta atenção nele, sem perceber que a dengue, a chicungunha, a gripe e o sarampo continuam soltos, felizes da vida, porque, esquecidos, podem agir com mais eficiência.
Quem conhece o pedaço sabe que Ribeirão Preto é foco de um surto violento de dengue, mas ninguém mais fala nisso. A bola da vez é o coronavírus e sua marcha pelo interior.
Não bastassem as mazelas de sempre, o frio entra em cena com duas funções importantes para aumentar o estrago: matar e ajudar o coronavírus a se reproduzir.
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Pode parecer conversa para boi dormir, a oposição querendo fazer terrorismo ou a imprensa comunista publicando fake news, mas não é nada disso. O frio que entrou tem potencial para matar pessoas… e mata, sem piedade, sem compaixão.
Além disso, ele tem a temperatura perfeita para vários vírus se multiplicarem, nadarem de braçada e cobrarem sua quota de vidas.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.