De tropeço em tropeço o mundo vai
De tropeço em tropeço o mundo segue em frente. Caminha sem se importar com a humanidade, que pouco faz para ajudar.
Pelo contrário nossa capacidade de atrapalhar atravessa os séculos, se consolida nos milênios, se perpetua nas barbaridades praticadas em nome de Deus e do diabo, como se nossa missão aqui fosse justamente destruir o planeta.
Quem sabe, seja. Quem é que sabe, seja lá o que for, para afirmar seja lá o que é? Ninguém. O resto é silencio. Vento passando nas árvores, no final da tarde.
Fica o cheiro de terra molhada. Bom, como o dia nascendo do fundo do mar.
No mais, quem é que sabe como mudar? Plantar árvores é dever de todos. Diziam os chineses que um homem só é homem depois de escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore.
Pode ser. Mas eta sina complicada. Os polos derretem em nome do aquecimento global. A floresta queima em nome do aquecimento global. Os rios mudam de rumo em nome do aquecimento global.
Tudo é parte de um todo incompreensível para nós, apesar de evidente para Deus. O problema é esse: às vezes nos achamos deuses e mal passamos de ameba.
Deus acha uma graça louca das nossas maluquices. Só por isso nos deixa tocar em frente. Quer dizer, eu acho…
Pode ser que não. Pode ser que ele tenha um projeto em que somos parte importante. Pode ser que ele esteja testando novas formas de destruir mundos. Se for por aí, até que estamos nos saindo muito bem. Mais um pouco e chegamos lá.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h