O começo do começo
Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso de Souza fundou a primeira vila do Brasil, São Vicente, encravada numa ilha no litoral do que viria a ser São Paulo, na Capitania Hereditária de São Vicente, que seria dele.
Mas a história não começou assim, nem o navegador português chegou a São Vicente caído do céu. Fazia tempo que ele navegava pela costa do Brasil e já tinha passado pela região, conhecida como Porto dos Escravos, em demanda da foz do Rio da Prata.
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Na volta dessa viagem, Martim Afonso de Souza parou em Cananéia, terra do misterioso Bacharel, onde pretendia fundar a primeira vila do país, elevando a esta condição as poucas casas erguidas na ilha.
Mas, durante os 40 dias que permaneceu no Lagamar, não parou de chover e o capitão da frota portuguesa decidiu retornar ao Porto dos Escravos, corrutela erguida na ilha de São Vicente, onde os moradores viviam do negócio de vender índios para repor as tripulações das naus que atravessavam o Atlântico. Martim Afonso desembarcou e promoveu a corrutela a vila, com pelourinho e Concelho, batizando-a de Vila de São Vicente.
Na sequência, levado por João Ramalho, trilhou o caminho do Peabirú e subiu a serra de Paranapiacaba para conhecer as terras do Planalto de Piratininga, habitadas pelos índios de Tibiriçá, que, com seu genro João Ramalho, entravam pelo sertão para aprisionar os índios que despachavam para São Vicente, onde eram negociados.
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No Planalto, Martim Afonso fundou Piratininga, com o objetivo de defender São Vicente de um ataque espanhol. Ficava próxima de Santo André da Borda do Campo, para onde os habitantes se mudaram em seguida e que foi vila até 1560, quando São Paulo de Piratininga, fruto da fusão de Santo André e do Colégio dos Jesuítas, foi criada e elevada a vila.
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