Doar sangue é dever de todos
Num mundo cada vez mais sombrio e num país como o Brasil, onde as coisas ficam cada vez mais negras, viver está muito complicado.
Riobaldo Tatarana já dizia em Grande Sertão: Veredas: “Viver é muito perigoso”. Num tempo de ataque de bandidos contra o estado, viver está, com certeza, muito mais perigoso e eu não sei como o velho jagunço reagiria ao dia a dia paulistano.
Não seria fácil para ele entender que o estado e a polícia estão encurralados e que os bandidos formaram uma imensa organização que troca figurinhas aqui e no exterior.
Também não seria fácil entender os rumos das grandes cidades, nem a violência gratuita que cresce nelas como erva daninha em gramado mal tratado.
É por isso que os pequenos gestos, as pequenas ações adquirem um significado muito importante. Nessa hora de aperto no coração, de falta de certeza, de insegurança sobre o futuro, mas principalmente sobre o presente, são elas que servem para balizar o destino e os atos de cada um de nós, revoltados com o que vamos vendo.
Entre os pequenos atos que só dependem da nossa vontade, um aparece luminosos, pelo significado imediato e pela utilidade prática. Doar sangue.
Doar sangue é dever de todos que podem fazê-lo. É ato de solidariedade, de afirmação, de luta.
Sim de luta. Luta contra o egoísmo, contra a passividade ante a violência correndo solta. Luta pela vida e pela esperança de vida para milhares de pessoas que necessitam o seu sangue.
Luta para viver de cabeça erguida. E não ter vergonha.
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