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A barbaridade do sequestro

Existem poucos crimes mais brutais do que um sequestro. Com certeza os crimes sexuais, e os assassinatos são tão horrendos quanto ele, mas daí pra frente, a coisa diminui muito, porque um sequestro é uma barbaridade inominável, que ultrapassa todos os critérios de boa vontade com os criminosos, usados por uma parte dos estudiosos brasileiros.

Imaginar que um sequestrador tem recuperação é acreditar no coelhinho da Páscoa. Papai Noel é real demais para ser usado na comparação.

Alguém que sequestra e mantém em cativeiro outro ser humano para tirar dinheiro da família – e que no processo usa de métodos insuportavelmente cruéis – não pode ser considerado um ser humano.

Ainda que tendo nascido de mulher e parecendo uma pessoa este ser está muito mais próximo das bestas feras e por isso não deveria ser objeto de qualquer consideração ou proteção por parte do estado ou da sociedade.

Quem imagina o sofrimento de uma criança sequestrada? Quem consegue entender o que acontece dentro da cabeça dela? Quem consegue explicar o que sentem os pais desta criança, durante o período que ela está nas mãos dos bandidos?

Que argumento serve para justificar o grau de sofrimento que essas pessoas, honestas, padecem enquanto alguém que lhes é caro está nas mãos de criminosos os mais hediondos?

Não tem como tapar o sol com a peneira, nem dizer que é culpa da pobreza. Dizer isso é desacatar a imensa maioria dos pobres deste Brasil, que nunca fariam isso nem querem ser bandeira para justificar quem faz.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.