Contrastes urbanos
Na região da rua Oscar Freire São Paulo parece uma das cidades mais ricas do planeta, o que não está longe da verdade, se pensarmos o enorme potencial de gerar riqueza da maior cidade abaixo do equador, no mundo.
Na região dos Campos Elíseos os antigos casarões dos barões do café, transformados em cortiços, mostram um outro lado da mesma cidade, onde a miséria convive com a miséria, dentro de casas com portas e janelas com cristais vindos da Europa.
Na Avenida Paulista, o horizonte reto e profundo, mostra um terceiro lado, formado pelo capital que gira e gera as riquezas da nação, escondido nos prédios que se transformaram em verdadeiras fortalezas, com medos dos assaltos que acontecem em todas as regiões.
No centro velho, os prédios antigos e deteriorados, alguns francamente lindos, servem de contraponto para o orgulho dos prédios da avenida Paulista, mostrando em suas paredes estragadas e pichadas, o que acontece quando a cidade decide se mover, atrás de novos espaços para serem conquistados, construídos e vendidos.
E na região da Juscelino com a nova Faria Lima, os prédios novinhos com as placas de aluga-se, mostram o que acontece quando a ganância faz se construir mais rápido do que a cidade absorve, deixando milhares de metros quadrados zero bala sem uso, ainda por um bom tempo.
São contrastes que fazem São Paulo mais do que uma cidade, um ser vivo, com neuroses que precisam ser compreendidas, para a vida por aqui não ficar pior do que é.
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