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Comparar é triste

Quem assiste os jogos da Eurocopa e os Jogos da Copa América entende o que quer dizer o São Paulo estar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

Dá vergonha e tédio. Assistir Brasil e Colômbia foi um programa infernal. Não teve emoção, não teve futebol, não teve nem mesmo empenho. No final do primeiro tempo, era como se o Brasil estivesse ganhando de goleada. Mas a seleção estava perdendo.

O segundo tempo foi na mesma toada. O Brasil empatou e ponto final. Não fez nada que justificasse o empate e menos ainda ganhar no final. A não ser a Colômbia jogar tão mal quanto nós, não teve emoção, não teve futebol. Então, o torcedor que insistiu em assistir o jogo mereceu o castigo.

De outro lado, quem viu qualquer jogo da Eurocopa sentiu, primeiro, vergonha e, depois, saudades da época em que o futebol era o esporte nacional e assistir os jogos dos times brasileiros enchia os olhos.

Os europeus estão décadas à nossa frente. Jogam bonito, rápido, com objetividade e talento. Jogam bonito, dá gosto ver. E, o mais importante, suam a camisa, vão atrás, não tem bola perdida, nem lero-lero de um lado para o outro. O negócio é ganhar, é bola na rede, é espetáculo para o torcedor.

Essa diferença explica o começo avassalador do São Paulo no Campeonato Brasileiro. O São Paulo é o time padrão do Brasil. Não é mais, nem menos do que os outros, só começou errado, mas, ao longo do percurso, até porque a maioria é ainda pior, deve começar a se recuperar e subir na tabela.

O futebol já foi orgulho do país, as Copas do Mundo mobilizavam o povo, enchiam as ruas, mas hoje as pessoas não fazem mais questão de assistir futebol porque o futebol nacional seguiu os passos da política nacional e despencou ladeira abaixo, enchendo todo mundo de vergonha.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.