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Fila de automóveis

Quando eu era criança, meu pai tinha um Ford 1952, azul marinho. Ainda me lembro de minha mãe dirigindo, comigo ao lado, para buscar meu pai em seu escritório de advocacia ou no Fórum, no centro da cidade.

Depois meu pai teve Kombi, em primeiro lugar porque era das poucas opções que se tinha, mas a segunda razão era mais importante: a kombi era o melhor veículo para se chegar em Cananéia, onde ele e meus tios Júlio Salles e Ruy tinham casa para pescar robalo.

A viagem para Cananéia era feita pelas praias do litoral sul. Ainda não havia a Regis Bittencourt, então era melhor irem duas kombis juntas, para numa emergência uma rebocar a outra. A viagem levava muitas horas.

Eu aprendi a dirigir na kombi de meu pai, na praia da Enseada, e depois no Perequê, no Guarujá. Pouco mais velho, quando ia passar o dia na Usina, a Companhia Paulista de Laminação, podia ficar com uma kombi, dirigindo pelo amplo terreno da fábrica.

A kombi deu lugar para um Aero Willis, dois anos depois substituído por outro, enquanto tio Júlio Salles, sócio de meu pai na Usina, preferia os Simcas, um Chambord e outro Tufão.

Na sequência, veio um Galaxie 500, com o qual, com 17 anos, ele me deixava sair pela cidade e do qual, pouco antes de completar 18 anos, quase arranquei uma porta de trás.

Nesse interim, minha mãe teve fuscas, os bons e sólidos Volkswagens. Se não me engano, o primeiro foi 1962 e depois dele veio um 1965, com teto solar. Na sequência, vieram um 1967 e outro 1970, no qual fiz minha primeira viagem dirigindo sozinho, com um amigo. Me lembro até hoje, foi para Ubatuba.

Em 1971, ao entrar na Faculdade de Direito, ganhei um Opala Especial 2500, verde amazonas. O verdinho foi um grande carro.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.