É apavorante
É apavorante! O brasileiro meteu mais de mil mortos por dia na conta de sua rotina e toca em frente como se não tivéssemos pandemia, como se fosse época de festival universitário ou final de campeonato com o São Paulo em primeiro lugar.
Não é por aí. A coisa segue feia. Mas a verdade é que o povo cansou. Cansou de não poder sair, de não poder fazer o que gosta, de ir ao shopping, beber sua cerveja no fim do dia, de andar pelas ruas sem máscara, sem medo e sem vergonha de ser feliz.
Não adianta os governadores mandarem, os prefeitos exigirem, o Governo Federal, pela inércia, acabou levando vantagem e as pessoas estão pouco se lixando se no final do ano mais de 300 mil famílias terão perdido alguém querido, pai, mãe, irmão, mulher e até filhos.
O fenômeno não é brasileiro. Na Europa a coisa tá feia e as pessoas não querem se vacinar, da mesma forma que aqui. E os Estados Unidos não estão melhores, inclusive Nova Iorque está pagando cem dólares para quem se vacinar.
A sensação de segurança dada pela primeira dose da vacina é enganadora. As pessoas só estão protegidas depois de tomarem a segunda dose. A exceção é a vacina da Janssen. Mas parece que não importa.
A vacina não evita a doença, ela minimiza seus efeitos e segura a propagação da pandemia. Por conta disso, centenas de “fake news” correm soltas diariamente, questionando o efeito da vacina e convencendo mais gente a não se vacinar.
Num país em que tem gente que acredita que a terra é plana, que cloroquina funciona contra coronavírus e que vacina não resolve, fica complicado segurar a pandemia. O duro é que, com a variante Delta entrando de sola, tem tudo para piorar.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.