Manoel e Hernâni
Entre os principais historiadores brasileiros não há como não se colocar Manoel Rodrigues Ferreira e Hernâni Donato. No entanto, eles nem sempre eles são conhecidos do grande público o que explica boa parte das distorções terríveis da nossa história e de como elas acontecem naturalmente num universo controlado e manipulado durante décadas por uma das parcerias mais comuns em todos os lugares do mundo, apesar de parecer um paradoxo.
Desde a época do ditador Getúlio Vargas que a história do Brasil é sistematicamente modificada, num acerto particular entre a extrema direita e a extrema esquerda, que distorcem deliberadamente os fatos para adequá-los aos interesses das duas correntes, bem mais próximos do que se imagina.
O resultado disso são os disparates que são ensinados nas escolas, a falta de memória – muito conveniente para os dois lados – que permite a mudança dos fatos e a falta de orgulho por um passado que não deve nada aos melhores do mundo e que, ao contrário do que dizem, custou muito sangue e muita luta de muita gente que ajudou, de um jeito ou de outro, a construir este país.
Ler Manoel Rodrigues Ferreira e Hernani Donato é mergulhar de cabeça numa aventura fascinante onde os duendes e fadas europeus são substituídos por homens mitológicos que construíram estradas reais varando o território brasileiro até os contrafortes dos Andes. É acompanhar as andanças dos bandeirantes paulistas e descobrir que no final do século 16 as minas de ouro de Serra Pelada e do Cumarú já estavam marcadas com enorme precisão nos seus roteiros.
É conhecer dois Indianas Jones de verdade, arrancando em pleno século 20, os segredos das bibliotecas cheias de pó para sair a campo e encontrar gravado nas pedras do Rio Araguaia o martírio do Cristo e no chão do Brasil o traçado do Peabiru.
É descobrir uma história rica e deslumbrante que nos é escondida nos livros das escolas.
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