Cadê as notícias boas?

Bom mesmo é chupar laranja lima e escrever sobre notícias boas. Falar sobre o ser humano se superando por algo mais do que trinta dinheiros ou quinze minutos de fama. Ver acontecer uma mão se estendendo, não para tomar, nem para dar, mas pelo gesto, pelo de humano nele existente, pelo encontro com outra mão.

Bom é ver o céu se tingir de vermelho num fim de tarde em que o dia correu bem, e que, sem fazer nada de especial, de alguma forma, tivemos uma atitude positiva. Um ato ou uma omissão que de alguma forma fez bem para outro alguém.

Bom é deitar a cabeça no travesseiro e poder dormir em paz, porque os preços estão pagos e as contas acertadas, não havendo débito ou crédito na contabilidade das boas ações.

Uma mão lava a outra e as duas lavam o mundo. Como seria bonito se o mundo girasse neste ritmo e as pessoas não tivessem medo de mostrar seu lado bom, ou não precisassem esconder seu lado feio, nem quisessem levar vantagem em tudo.

Bom é pensar na cura do câncer e de que cada dia que passa ela é mais real, porque tem gente estudando como chegar lá, pelo desafio da chegada e pela vitória sobre a morte.

Bom é não ter que falar em crimes e massacres e sequestros, nem no aumento da violência. Bom é ver a vida simplesmente sendo, numa tarde de dia de primavera, correndo num parque, ou atravessando uma rua e entrando numa escola.

Bom, bom mesmo é chupara laranja lima debaixo da sombra de uma árvore frondosa, porque há tempo para isso e o mundo pode esperar cinco minutos para que a gente volte a embarcar nele.

Bom é ver um sorriso se abrindo e clarear um rosto, onde os olhos brilham de alegria, sem outro motivo, senão estar alegre. Bom é viver, com saúde e o básico para a vida, mas melhor ainda é viver bem, na felicidade da paz.

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