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Tubarões em Ubatuba

Aconteceu o que ninguém imaginava que aconteceria: duas pessoas foram atacadas por tubarões em Ubatuba. Não é um fato normal, tanto que as notícias causaram espanto.

O litoral de São Paulo sempre foi frequentado por tubarões. Um dos criadouros mais conhecidos, e onde eu pesquei alguns cações mais de 50 anos atrás, é a ilha da Moela, quase em frente à Praia dos Astúrias, no Guarujá. E um dos maiores tubarões que vi na vida estava nadando calmamente ao largo da Praia do Monduba, ao lado da Praia do Guaiuba, também no Guarujá.

Faz pouco tempo, escrevi uma crônica com histórias narradas pelo meu tio Marco Antonio Vieira de Carvalho sobre grandes tubarões tintureira – o tubarão tigre – atacando canoas de caiçaras no canal de São Sebastião.

Meu pai e dois tios tinham uma casa para pescar robalo no Cubatão de Cananeia. Foi lá, na baia do Trepandé, que eu, menino, vi meu primeiro tubarão, um filhote de cação martelo com pouco mais de um metro. Aliás, foi em Cananéia que, há alguns anos, um pesqueiro puxou na rede uma fêmea de tubarão branco que foi recorde mundial.

Tio Cássio, pai do meu amigo Zé Cássio, contava de um tubarão que ele encontrou fazendo pesca submarina na Laje de Santos. O bicho, grande, ficou nadando em volta dele, que se encostou na pedra porque era a única coisa sensata para se fazer.

O litoral paulista sempre teve tubarões. E das mais variadas espécies. O que não é comum é os peixes atacarem humanos. Ainda mais perto da praia, como aconteceu em Ubatuba. Não me parece que seja caso para pânico, mas é necessário estudar o que aconteceu, até para saber se foram dois acidentes isolados ou se existe algum fator novo que deu origem aos ataques e se eles podem se repetir.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.