Alguns caminhões de entrega
O trânsito em São Paulo desandou de vez. Desandou porque a pandemia gerou absurdos de todas as ordens e porque a CET não sabe o que fazer para piorar cada vez mais, 24 horas por dia.
O resultado é que motoqueiros e ciclistas não respeitam nada faz tempo e, nos últimos meses, caminhões de entrega também decidiram dar o ar de sua graça, contribuindo diretamente para o entupimento das ruas.
Param em fila dupla em ruas que mal dá para passar um carro e não tomam conhecimento do resto. Ao contrário, alguns colocam inclusive cones no meio da rua, estreitando ainda mais a passagem, para descarregarem em paz, com o máximo de segurança.
É claro que não são todos os caminhões, nem todas as empresas que fazem o estrago narrado acima. Ao contrário, é uma minoria e, com certeza, os que o fazem, fazem da cabeça do motorista e não por instrução da empresa.
O fato é que o estrago em determinados bairros é de lascar. A Vila Madalena, que um dia, no passado, teve jeito de cidade do interior, é dos mais sacrificados.
Ao longo dos anos, o bairro foi mudando de cara e hoje tem trânsito pesado de manhã até de noite. Para os caminhões, que pouco se lixam, é um prato cheio. Tanto faz a hora, param em fila dupla, ligam o pisca-alerta e pau na máquina. Interrompem o trânsito com a sem cerimônia de um encouraçado afundando na entrada do porto.
O tema não é novo. Vinte e nove anos atrás, uma das primeiras “Crônicas da Cidade” tratava do tema, dando inclusive o nome da empresa para quem o caminhão trabalhava.
O que mudou é a sem cerimônia da turma. Em alguns lugares, tem fila de caminhões descarregando, pouco se lixando para o próximo.
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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.