É época de goiabas
É época de goiabas, mas até agora, neste começo de ano, não comi goiabas. Não é por não andar onde tem goiabeiras. Eu não sei o que aconteceu, mas as goiabeiras estão tristes e sem goiabas.
Tenho a impressão, pelo que me lembro que observei nos anos antes da pandemia, que uma praga atacou as árvores e comprometeu a capacidade de darem frutos.
Em 2019, os frutos de várias árvores já estavam tomados pela praga que os escurecia e arruinava.
Caminhando pelo Cidade Universitária, observo as goiabeiras e vejo que elas estão com as folhas num tom verde seco, sem vida e sem brilho, dependuradas nos galhos, em vez de estarem saudáveis, verdes e viradas para cima.
Além disso, as árvores estão sem frutos, tanto faz o tamanho ou se estão maduros ou não. Simplesmente não estão carregadas, nem de frutas saudáveis, nem de frutas atacadas pela praga.
É como se estivessem sem forças para gerar as frutas, como se a seiva fosse sugada por uma entidade maléfica que as impede de frutificar.
Coisa de ficção científica, onde seres alienígenas entram nos troncos das árvores e sugam a seiva das goiabeiras para manterem seus poderes extraterrestres, sem os quais os humanos podem derrotá-los.
Minha única certeza é que não há relação entre as goiabeiras e os pernilongos. Estes se multiplicam nédios e sadios, gordos, alimentados com sangue humano, que deixa de irrigar os bancos de sangue para engordar os mosquitos.
Entre mosquitos obesos e árvores doentes é bom, mas menos alegre caminhar pela Cidade Universitária, onde a vida e a inteligência sempre dividiram os espaços numa dança feliz, onde quem ganha somos nós.
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