Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

As barbaridades no trânsito

Falar do trânsito de São Paulo e que ele é completamente louco, é fácil. Não há o que discutir a respeito. A unanimidade, apesar do Nelson Rodrigues dizer que é burra, no caso é cristalina.

Até quem comete os desatinos mais desatinados reconhece o abuso e que está errado. O problema é que pouca gente faz qualquer coisa para mudar, mesmo sabendo que o final da estória costuma ser trágico, e que direta ou indiretamente todos saem perdendo.

Uns porque morrem, outros porque ficam aleijados, outros porque perdem alguém que lhes é caro, outros porquê do dia para a noite recebem em casa alguém que já não é o que foi, até a noite anterior.

Normalmente os acidentes mais graves acontecem de madrugada, quando as ruas estão mais vazias e a velocidade cresce no mesmo teor que as doses de álcool, ou sabe deus que barato legal, que faz heróis bons meninos, que viram bandidos sem saber por que.

É triste, mas a cada dia que passa mais e mais gente entra nos hospitais da cidade, massacrada por um trânsito que mata também a bala, a faca, a chute, a garrafada, além dos tradicionais ferimentos consequentes das colisões propriamente ditas.

Não são só os assaltantes que atiram para matar. Uma manobra mal interpretada pelo motorista do lado pode ser suficiente para explodir neuroses adormecidas, capazes de libertarem a raiva necessária para um dedo apertar um gatilho, colocando fim a uma vida.

Às vezes, a loucura vai tão longe que um simples olhar para o lado pode libertar o ódio que assassina sem uma razão mais séria, como se houvesse razão suficientemente séria para alguém matar o outro!

O duro é que não há nada a ser feito, exceto entregar a alma a deus e rezar para o anjo da guarda nos proteger.

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: SpotifyGoogle Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.