As coisas estão caras
Quem acha que as coisas não estão caras faz tempo que não vai a um supermercado. Ou não janta num restaurante gostoso ou toma um sorvete no posto de gasolina.
As coisas estão muito caras e seguem subindo, na cola da subida do preço do petróleo que garante à Petrobrás, em dólares, o maior lucro entre as petroleiras internacionais, maior inclusive do que o lucro da Exxon, a maior companhia de petróleo norte-americana.
A gasolina está cara, o óleo diesel está caro, o gás de cozinha está caro e, por conta disso, ao longo dos últimos anos, a Petrobrás pagou ao Governo Federal mais de 400 bilhões de reais, entre lucros, impostos e royalties.
Quer dizer, o discurso do Presidente contra a Petrobrás é para inglês ver ou para ficar bem na fita antes das eleições. Afinal, ele conhece a antiga lição de Ulisses Guimarães: em eleição, a única cosia feia é perder.
Mas não é só o combustível que está caro. Está tudo caro e a tendência é ficar mais caro. Não tem como ser diferente, quando a inflação come solta, a vaca vai para o brejo, os preços disparam, não apenas por malandragem de empresários mal-intencionados, mas, acima de tudo, por causa do desarranjo da economia, antigo mal da economia brasileira, que parecia domada, mas está aí, assombrando gregos e troianos.
Quando ir a um show de música sertaneja custa mais de 400 reais por cabeça, a coisa está brava. Não tenha dúvida, custa. E não estou falando de lugar caro.
Nessa quadra, pode mais quem chora menos. É sair da zona de aperto e ficar na toca, porque em mar que tem tubarão, baiacu nada de costas. Não é hora, nem lugar para fazer graça. O que era barato ontem, está pela hora da morte hoje. O duro é que deve ficar mais caro amanhã.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.