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Troféu queijo suíço

Com o abrandamento do coronavírus e a necessidade humana de sair de casa com ou sem pandemia, os grandes eventos, os realmente importantes, começam a voltar. Entre eles, uma das mais prestigiosas premiações urbanísticas, o famoso troféu “Queijo Suíço”, entregue à cidade mais esburacada do planeta, depois de uma votação com setecentos e trinta e quatro jurados, de todo os países, para que não haja qualquer possibilidade de fraude em favor desta ou daquela capital.

A importância do prêmio é tão grande e tão reconhecida que seus resultados são auditados por empresa de auditoria que depois é auditada pelo Tribunal de Contas de Papua Velha Manila, que atesta a lisura da competição.

No passado, São Paulo chegou a ser tricampeã. Mas os anos foram passando e, de uma forma ou de outra, concorrentes da periferia foram chegando e, como quem não quer nada, abocanharam o prêmio.

Fazia tempo que a cidade não aparecia entre as finalistas e isso era motivo de tristeza para parte dos funcionários encarregados da conservação e reparo das ruas e avenidas paulistanas.

Agora, dois anos depois da suspensão da competição em virtude da covid19 e seus estragos ao redor do globo, o troféu “Queijo Suíço” volta e traz como grande campeã a cidade de São Paulo.

Verdade que São Paulo fez por merecer. O prêmio não caiu de paraquedas. A prefeitura se engajou de corpo e alma e, depois de escolher algumas ruas e avenidas para concentrar seus esforços, deixou correr solto pelas demais áreas e hoje a cidade consegue a façanha de ter buracos dentro de buracos, o que dobra a pontuação, crateras, costelas de vaca e o mais necessário para se destacar como grande campeã do troféu que reconhece a cidade mais esburaca do mundo. Que orgulho ser paulistano!

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.