23 de maio
23 de Maio não é nome de avenida por acaso. Mas a maioria dos paulistanos não sabe o que aconteceu em 23 de maio de 1932, razão do nome da grande avenida que corta São Paulo.
Em 23 de maio de 1932 os paulistas já estavam em pé de guerra contra o ditador Getúlio Vargas e seu homem no Estado, João Alberto, um dos “tenentes” que deram suporte a Getúlio na Revolução de 1930 e por isso foi nomeado interventor em São Paulo.
Fazia tempo, desde 1930, que São Paulo era tratado como inimigo vencido e os paulistas não estavam dispostos a terem suas conquistas sociais ameaçadas pela visão anacrônica do Governo Vargas e das ações de João Alberto como interventor no Estado.
A partir de janeiro de 1932 os movimentos de rua pipocavam pela cidade, numa clara demonstração da insatisfação do povo com os destinos de sua terra.
São Paulo se aproximava cada vez mais do ponto de ruptura. Na tentativa de acalmar o Estado, Getúlio Vargas nomeou Pedro de Toledo interventor, mas as manifestações prosseguiram e no dia 23 de maio o áspero confronto entre paulistas e getulistas entrincheirados na sede da “Legião Revolucionária” derramou o primeiro sangue da Revolução de 32, com a morte a tiros de metralhadora de cinco jovens, Martins, Miragaia, Drauzio, Camargo e Alvarenga, que morreu alguns dias depois.
Depois de 23 de maio, as ações se aceleram e a guerra não tem mais volta. Em 9 de julho as tropas paulistas partem para ocupar o Rio de Janeiro, dando início à Revolução de 1932.
Durante 3 meses, São Paulo e Mato Grosso enfrentaram o Governo Federal e os demais Estados, mas foram derrotados, adiando a chance do Brasil se tornar um país desenvolvido até os dias de hoje.
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