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Estão passando fome

É vergonhoso, mas no país que se orgulha de ser uma potência na produção de alimentos, com destacada presença no cenário internacional, tanto na produção de grãos como proteínas, trinta e três milhões de pessoas passam fome.

Não, não estou falando de uma nação africana mostrada nas televisões a cabo para captar doações para organizações humanitárias que fazem um trabalho diferenciado na tentativa de minorar o sofrimento de milhões de pessoas. Estou falando do Brasil, do nosso Brasil, alçado a campeão do campo, onde temos, é verdade, o melhor desempenho de nossa economia, mas que não consegue minimamente alimentar trinta e três milhões de cidadãos, patamar que tínhamos na década de 1990.

Se você considera o quadro dramático, ele é pior, bem pior. De verdade, mais de cinquenta e oito por cento da população sofre com algum grau de insegurança alimentar.

Quer dizer, mais da metade da população brasileira acorda sem saber se terá o que comer, crianças e adultos estão permanentemente ameaçados de não ter o que comer.

E tem gente que bate no peito e se orgulha de sermos grandes entre os grandes, camuflando termos desmoronado para a décima quarta ou décima quinta economia do mundo atrás de fakes news que dão conta que ultrapassamos outras nações que seguem firmes e fortes à nossa frente. Aliás, pouco se lixando se somos grandes e fortes, porque estão preocupados com o bem-estar de suas populações, não com a reeleição do presidente. Tivemos crise, temos pandemia, mas não são elas que explicam a vergonha dos brasileiros passando fome.

Por trás da fome, curto e grosso, está a incompetência do governo em fazer o que quer que seja para realmente fazer do Brasil uma grande nação.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.