90 anos de 1932
A Revolução de 1932 completa neste 9 de julho noventa anos. É muito tempo, mas a lembrança do heroísmo paulista não pode morrer, esquecida, deliberadamente apagada, porque nos faz pensar por que os jovens saíram de casa, mal armados, mal equipados, para combater o bom combate e tentar fazer do Brasil um país melhor, mais justo e generoso com seus filhos.
São Paulo não poderia vencer, exceto se as tropas marchassem celeremente para o Rio de Janeiro, logo depois de partirem da Capital. Se isso acontecesse, as tropas aquarteladas no Rio aceitariam o movimento paulista e derrubariam Getúlio Vargas.
Mas os paulistas receberam ordem de parar na divisa com o Rio de Janeiro. Euclides Figueiredo decidiu esperar o general Bertoldo Klinger e deu ordem de alto.
A partir desse momento a Revolução estava derrotada. São Paulo não tinha condições materiais de vencer o Brasil, mobilizado em apoio ao ditador. Mas durante três meses paulistas de todas as idades lutaram em todas as frentes, mesmo quando traídos por seus comandantes, mancomunados com os inimigos.
O que moveu São Paulo é tudo que nos falta hoje. São Paulo se levantou não porque as lideranças o decidiram. São Paulo se levantou porque o povo não estava disposto a abrir mão de suas conquistas, dos avanços obtidos pelo Estado, da ética e da seriedade no trato das coisas.
São Paulo queria transmitir seu progresso para o Brasil, fazer da nação um país desenvolvido, baseado na vontade do povo, que receberia educação, saúde e formação cívica de um governo parceiro da população.
A Revolução, noventa nos depois, é paradigmática. Ao contrário dos ideais de 32, o que vemos hoje são os políticos seguindo na exploração do país. Por isso esconder a Revolução de 32 é tão importante para eles.
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