James Webb
E a humanidade ganhou novos olhos, muito mais potentes, capazes de desvendar o passado.
O telescópio James Webb enviou as primeiras fotos feitas de sua órbita a mais de um milhão de quilômetros de distância da Terra. E o que veio é fascinante! De repente a história das galáxias ganha começo, explica o meio e permite imaginar o fim.
Imagens de bilhões de anos atrás chegam agora, depois de percorrerem distâncias inimagináveis, bilhões de anos luz, para se materializarem nas fotos divulgadas pela NASA.
O feito é basicamente norte-americano, mas engrandece toda a humanidade. O ser humano tem olhos para ver o passado e o passado tem o condão de contar o futuro.
Não precisamos mais dos oráculos. Delfos perdeu a razão de ser. Com base nas fotos, é possível desenvolver os cálculos necessários para fazer as projeções e um dia entender o futuro.
Galáxias nascem, crescem e morrem. Depois da expansão, a retração e a extinção. Entre elas e os dinossauros não há diferença na essência. Por que nós faríamos de outro jeito? Não faremos. Um dia o sol vai se apagar, a lua cairá na Terra e nosso planeta sumirá, um grão de pó perdido na imensidão de bilhões de galáxias.
Se o fim não for este, será parecido, mas agora é hora de comemorar. De brindar o encontro com o passado distante, com o começo do universo e a possibilidade de compreender um pouco mais os mistérios cósmicos, a origem da nossa origem e, depois, o depois.
Da mesma forma que as caravelas tiraram a Terra da caixa dos mistérios, o telescópio James Webb abre a caixa de Pandora e retira de seu coração o começo do universo.
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