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Trote na polícia

Parece incrível, mas é verdade: tem gente que passa trote na polícia. Isso mesmo! Telefona para o número de emergência da polícia e dos bombeiros para passar informações falsas sobre pedidos de ajuda para as diferentes situações que podem mobilizar esses serviços.

Não consigo entender onde o cidadão que faz isso acha graça, ou melhor, no que ele acha graça. Cada vez que a polícia ou os bombeiros são mobilizados, uma viatura sai para atender a ocorrência, ou seja, ela não pode atender um caso real porque está comprometida em atender o falso chamado que lhe foi passado.

Uma cidade como São Paulo tem centenas de emergências por dia. De acidentes de trânsito a assaltos, passando pelas mais variadas possibilidades, como retirar um gatinho do alto de uma árvore ou capturar uma cobra venenosa, as missões se somam, fazendo com que algumas ocorrências demorem para ser atendidas.

Passar trote nos telefones de emergência é agravar um quadro que funciona no limite. É retirar da escala de atendimento uma guarnição da polícia ou uma ambulância dos bombeiros que teriam coisa séria para estar fazendo, mas que são desviadas de suas funções por um imbecil que acha graça passar trote pelo telefone.

Recentemente entrou em vigor um decreto instituindo uma multa para quem comete esse tipo de boçalidade. Mas operacionalizar o seu funcionamento e multar quem passa trote nos serviços de emergência é muito complicado, ainda mais com os telefones pré-pagos, praticamente impossibilitando a identificação da pessoa.

Seja como for, não é possível deixar barato. Quem comete uma atrocidade dessa natureza merece muito mais do que pagar uma multa. Deveria ficar 30 dias preso, sem possibilidade de pagar fiança.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.