Quem paga a conta?
Outro dia, um caminhão desgovernado derrubou um poste de energia próximo da minha casa. O resultado foi o trânsito do pedaço ficar comprometido o dia inteiro porque a CET teve que interditar a rua para permitir a remoção dos fios caídos na via.
Um caminhão bater num poste ou arrebentar fios porque é mais alto do que a fiação é um acidente corriqueiro. Acontece regularmente em todas as áreas da cidade. Da mesma forma, não é raro um caminhão ficar preso num túnel ou debaixo de uma ponte porque insiste em passar, mesmo sabendo que não tem altura para ele.
Esse tipo de acidente custa caro, não porque os estragos sejam monumentais, mas porque os danos são muito maiores do que o fio partido ou o poste caído. Os danos atingem milhares de pessoas que têm seu dia comprometido e seus negócios interrompidos ou afetados pelo acidente.
Tomando o caso do caminhão que derrubou o poste perto da minha casa, quantas casas ficaram sem energia? Quantas pessoas não puderam trabalhar ou quantos negócios foram perdidos por causa do acidente?
Mais que isso, por causa do nó no trânsito, quantas pessoa não chegaram a seus destinos na hora e quanto isso significa em perda econômica?
O duro é que fica o dito pelo não dito. Ninguém assume os prejuízos, os caminhões continuam fazendo a mesma coisa, a cidade segue refém da irresponsabilidade de alguns e a vida segue em frente, como se não tivesse acontecido nada.
Só que aconteceu e muita gente ficará prejudicada pelos impactos que essas situações causam em suas vidas e negócios. O Ministério Público deveria entrar com pedidos de indenizações por danos coletivos todas as vezes que isso acontecesse. Com certeza, ficariam mais cuidadosos.
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