D. João VI
Você sabe quem foi o único rei da Europa Ocidental que não foi derrotado por Napoleão? Pois pasme! Foi D. João VI, rei de Portugal.
Sem entrar no mérito discutível de como a Corte deixou Lisboa, o fato é que o rei se valeu da frota inglesa para vir para o Brasil e deixou soldados ingleses lutando contra os franceses, na defesa de Portugal.
Chegando no Rio de Janeiro, abriu os portos, fundou o Banco do Brasil e a Companhia Boa Fé de Seguros, trouxe artistas e professores para abrir as primeiras escolas superiores, lançou um programa de embelezamento e modernização da Capital, começando pelo Paço Real, um casarão antigo e sem charme, pertencente a um dos homens ricos da Colônia, rapidamente erguida à condição de Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves.
Mais uma vez, o rei português passou a perna no imperador francês. Com a capital do Reino transferida para o Rio de Janeiro, as tropas de Napoleão não tomaram a capital portuguesa.
Desde a sua chegada, preocupado com o Brasil, modernizou as cidades, até então feias e mesquinhas, melhorou os caminhos e, de acordo com história pouco conhecida, mandou soltar sardinhas portuguesas na costa brasileira para garantir proteína para os pobres e os escravos.
Não bastasse isso, ainda por cima preparou e deixou o Brasil pronto para a independência, a ser proclamada por seu filho, formado com a melhor instrução da época e aconselhado por José Bonifácio, o melhor funcionário da Coroa, para assumir suas responsabilidades.
No entanto, esse homem é retratado como um quase imbecil, constantemente traído pela mulher, sem habilidade ou preparo para governar e que, para compensar suas fraquezas, comia incessantemente coxas de frango.
Imagine o que D. João VI teria feito se fosse inteligente…
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