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D. João VI

Você sabe quem foi o único rei da Europa Ocidental que não foi derrotado por Napoleão? Pois pasme! Foi D. João VI, rei de Portugal.

Sem entrar no mérito discutível de como a Corte deixou Lisboa, o fato é que o rei se valeu da frota inglesa para vir para o Brasil e deixou soldados ingleses lutando contra os franceses, na defesa de Portugal.

Chegando no Rio de Janeiro, abriu os portos, fundou o Banco do Brasil e a Companhia Boa Fé de Seguros, trouxe artistas e professores para abrir as primeiras escolas superiores, lançou um programa de embelezamento e modernização da Capital, começando pelo Paço Real, um casarão antigo e sem charme, pertencente a um dos homens ricos da Colônia, rapidamente erguida à condição de Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves.

Mais uma vez, o rei português passou a perna no imperador francês. Com a capital do Reino transferida para o Rio de Janeiro, as tropas de Napoleão não tomaram a capital portuguesa.
Desde a sua chegada, preocupado com o Brasil, modernizou as cidades, até então feias e mesquinhas, melhorou os caminhos e, de acordo com história pouco conhecida, mandou soltar sardinhas portuguesas na costa brasileira para garantir proteína para os pobres e os escravos.

Não bastasse isso, ainda por cima preparou e deixou o Brasil pronto para a independência, a ser proclamada por seu filho, formado com a melhor instrução da época e aconselhado por José Bonifácio, o melhor funcionário da Coroa, para assumir suas responsabilidades.

No entanto, esse homem é retratado como um quase imbecil, constantemente traído pela mulher, sem habilidade ou preparo para governar e que, para compensar suas fraquezas, comia incessantemente coxas de frango.

Imagine o que D. João VI teria feito se fosse inteligente…

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.