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Alarmes disparam

É interessante observar os alarmes de imóveis e veículos espalhados por São Paulo. A primeira conclusão é que os alarmes disparam sem ser necessário um ataque contra o bem protegido por ele.

Eles disparam porque disparam. Tem uma força oculta por trás de cada disparo, mas nós não entendemos o processo. Falta um relê no cérebro, ou uma fibra na pele, o fato é que nós não percebemos com antecedência que o alarme irá disparar, nem, depois que ele dispara, temos competência para determinar as causas. Na imensa maioria das vezes em que o disparo se dá por razões diversas da violação de sua zona de segurança, nós não entendemos o que o provocou e isso é frustrante.

Algumas vezes os alarmes disparam porque esquecemos de desligá-los e abrimos uma janela ou outra zona protegida. É falta de atenção, eu sei, mas fazer o que? Somos humanos e falhamos com a sem cerimônia com que os alarmes disparam sem aviso, nas horas mais impróprias.

Por que é assim e não é de outro jeito? Não tenho a menor ideia, só sei que todas as vezes que um alarme dispara perto de mim, meu ou não, invariavelmente me assusto, depois deixo de lado, porque o disparo raramente tem ligação com um ataque criminoso.

Seria um acidente, mas também pode ser mais. Pode ser que seja de propósito. Uma ação secreta do fabricante. Uma forma de alertar os bandidos que aquele imóvel ou aquele carro está protegido por alarme e que é mais fácil e mais seguro assaltar o vizinho que não tem cerca elétrica, nem alarme.

Quando é o nosso alarme que dispara, normalmente, a interrupção da sirene acontece logo. Percebemos o que aconteceu, ligamos para a central de monitoramento e o alarme é desligado. O duro é quando o vizinho não está em casa, seu alarme dispara e ninguém desliga.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.