Não tem nada de fácil
Quem acha que Lula vai entrar na presidência navegando em mar de almirante não parou para olhar em volta ou não está bem-informado a respeito do Brasil e do mundo.
A coisa vai ser complicada e a complicação começa com o tamanho da “bomba” armada por Bolsonaro para tentar se reeleger e que vai custar bilhões de reais que estão fora do orçamento.
Além disso, a questão social brasileira não é fácil. De alguma forma, o Presidente terá que entrar de sola rapidamente nos temas da fome e dos moradores de rua. O país não suporta por muito tempo o drama que está montado e que se agrava diariamente em todas as regiões.
A fome é uma realidade que atinge milhões de famílias e sua sombra está se tornando um novo polo de exploração infantil, com crianças sendo alugadas para pessoas pedirem esmolas, carregando crianças no colo.
Quer dizer, o drama é ainda mais sério do que a fome dos que estão realmente passando fome. Ou do que a vulnerabilidade para a fome que atinge um número bem maior de brasileiros, que não passam fome diariamente, mas que estão sujeitos a sofrer seus efeitos.
O drama atinge crianças, que são alugadas para darem uma dimensão mais trágica a uma realidade brutal. Ou seja, a realidade da fome cria a realidade do aluguel das crianças, aumentando a tragédia que se abate sobre os menos favorecidos. É bom lembrar que ninguém aluga seu filho se tiver outra possibilidade de sustento.
Mas há mais, há muito mais. O mundo não vai ajudar o Brasil como aconteceu nos dois mandatos anteriores do Presidente Lula. A crise internacional é muito grave e pode ficar pior. Em tempos como este, é cada um por si. O Brasil não está bem na foto. O Presidente terá que resgatar nossa imagem e isso não vai ser fácil, nem vai custar barato.
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