Gavião esperto mora na USP

Tem quem ache que as aves preferem o céu azul dos campos e das matas. Não é bem assim… Ave que viajou para a cidade não faz questão de voltar. É mais ou menos que nem morador da roça que se muda e dá certo. Voltar pra quê? A cidade oferece uma gama muito maior dos chamados diferenciais de vida. Na cidade é tudo mais fácil. Até o hospital da rede pública, que, mesmo lotado, atende, enquanto na roça nem sempre tem atendimento, até porque nem sempre tem hospital.

Ave esperta sabe disso e, se mora numa boa na Praça da Sé, imagine poder morar na Cidade Universitária, com seus amplos gramados e árvores de todos os tipos e tamanhos prontas para dar abrigo e ajudar o próximo.

Quem passeia pela Cidade Universitária deve se impressionar com a quantidade de quero-queros que moram lá, que zanzam pelos gramados gritando estridentemente, como que para espantar quem invade seu território.

Outro dia tinha um tucano pousado na capota do meu carro. Tucano do grande, estava em cima da capota, em paz com a vida, como quem conhece o jogo e sabe que não vai acontecer nada com ele ou pelo menos que as chances de acontecer são muito menores do que na mata.

Sabiás, tico-ticos, almas-de-gato, rolinhas de todos os tipos, anuns brancos e pretos, pombas mansas e selvagens, beija-flores, etc., a infinidade de aves que usa e abusa do campus da USP faria inveja aos exércitos de Gengis Kan invadindo a Ucrânia.

Mas bom mesmo, ou mais que bom, interessante de verdade, é ver os gaviões quando eles pousam para comer. Quem vê os bichos em seu voo imponente, não pode imaginar que aquilo é figuração, mera brincadeira, e que, para comer, eles não caçam outras aves, ao contrário, caçar pra quê? Muito mais fácil furar os sacos de lixo e tirar o banquete de dentro deles.

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