O começo
[Crônica do dia 7 de julho de 2003]
A primeira vez que São Paulo mudou de lugar foi logo depois de sua fundação, ninguém sabe exatamente de onde para onde, nem quando. Não que a última informação não fosse conhecida. Era, mas sumiram com as primeiras atas da Câmara de Piratininga e por isso não sabemos mais quando a vila fundada por Martim Afonso mudou de lugar e se uniu a Santo André da Borda do Campo, onde mandava João Ramalho, e que não tem nada a ver com Santo André ou com São Bernardo.
O começo da história ninguém sabe quando foi, mas foi antes de 1532, quando João Ramalho e outros brancos subiram a serra de Paranapiacaba, para morarem com os índios de Tibiriçá, um dos grandes chefes do planalto, onde se instalaram para não mais sair, dando origem aos núcleos que viriam a ser a cidade de São Paulo.
São Paulo não nasceu São Paulo, nem foi fundada pelos jesuítas em 1554. São Paulo se chamou antes Piratininga e foi a segunda vila do Brasil, fundada em 1532, por Martim Afonso de Souza.
É esta vila que marca oficialmente o começo da povoação do planalto de Piratininga pelos brancos. Ninguém sabe ao certo onde ela ficava, exceto que era próximo do caminho do Peabirú, que cruzava o planalto, ninguém sabe direito por onde.
Que a vila foi fundada em 1532 não há dúvida e que ela mudou de lugar poucos anos depois, se fundindo com Santo André da Borda do Campo também é certo. O que não se sabe é onde as duas ficavam.
Mas o dado importante é que desde o começo de sua história São Paulo sempre teve uma mobilidade impressionante, mobilidade que até hoje a cada dois anos muda a cara da cidade.
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