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É hora de Copa do Mundo

Futebol é coisa séria. A melhor prova disso foi a rapidez com que as torcidas uniformizadas do Corinthians e do Atlético puseram os piquetes que fechavam as estradas no caminho delas para fora de cena. A correria foi tão grande e tão rápida que, depois de limpar a área, os torcedores entregaram para os policiais, que não conseguiam desimpedir as estradas antes da chegada das torcidas uniformizadas, as chaves dos caminhões e outros objetos pessoais dos piqueteiros.

Agora é hora da Copa do Mundo. A seleção brasileira vai ao Catar com a obrigação, não, a promessa de voltar com o caneco debaixo do braço. Se vai dar ou não, eu não sei – a mesma resposta que me deu um motorista de taxi de Lisboa quando eu perguntei se, tocando reto, parávamos na estátua de D. João. “Chegar na estátua, chegamos; se vamos parar, eu não sei”.

Futebol é mais que religião, incorpora todas as religiões, as crenças, as fés. Para ganhar jogo vale quase tudo e para ganhar campeonato vale tudo, quase como em eleição, quando, como dizia Ulisses Guimarães, a única coisa feia é perder.

O Brasil para durante a Copa. Sempre foi assim, desde 1954, que perdemos na final. De 1958 em diante o hábito se consolidou. Não adianta marcar nada para os horários próximos aos jogos… não rola. E, dependendo do torcedor, a regra vai além, vale para o dia inteiro.

Estamos na boca do começo do torneio e o Brasil chega no Catar com um bom time. Com ele temos chances de ganhar mais uma, mas não é uma máquina de jogar futebol, como tivemos outras no passado.
Tanto faz, agora é hora de esquentar as turbinas e começar a torcer. Copa do Mundo é festa e sofrimento. Ao longo de 90 minutos, passa de tudo e, no final, vem o riso ou a lágrima. Se Deus quiser, este ano, vai ser de muito riso e o Brasil volta com o caneco debaixo do braço.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.