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Doação de sangue

O Brasil nunca foi famoso pela enorme quantidade de sangue acumulada em seus bancos de sangue. Pelo contrário, desde que me dou por gente, as campanhas se sucedem, mas com pouco sucesso.

Agora mesmo, os bancos de sangue estão trabalhando abaixo do limite de segurança. Os estoques, dependendo do tipo do sangue, são suficientes para um dia, ou seja, não tem margem de segurança para garantir que alguém que necessite de sangue amanhã terá a chance de ter sua transfusão.

É um quadro muito ruim e muito feio, um quadro que depõe contra a solidariedade do brasileiro, um quadro que, lamentavelmente, mostra que nosso povo prefere olhar o próprio umbigo.

“Meu umbigo acima de tudo”, mas, na hora que é com ele, começa a gritaria: “eu quero, eu quero, eu tenho direitos”. Não tem jeito, é assim. É só lembrar os que se recusavam a tomar vacina no auge da pandemia. Quando pegavam a covid entravam nos hospitais aos gritos de que “eu quero, eu preciso, vocês têm que tratar”. Mas fazer a sua parte para melhorar o quadro e tomar a vacina, isso não. Afinal, ele tem direitos.

O Brasil é o terceiro colocado no ranking mundial do número de mortos no trânsito. São dezenas de milhares por ano, fora a centena de milhar que fica inválida. Invariavelmente, as vítimas desses acidentes necessitam transfusão de sangue.

Com os estoques atuais, correm o risco de não ter sangue para elas. Correm o risco de morrer não porque não poderiam sobreviver, mas porque falta o elemento essencial para elas continuarem vivas. Falta sangue para suas transfusões.

Doar sangue não dói, não tira pedaço. Basta você ir a um banco de sangue como o da Santa Casa e em meia hora você faz sua boa ação.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.